De tanto querer tudo
controlar, o acesso ao conhecimento vem sendo empobrecido
Sendo nós bastante curiosos,
quisemos desmontar e explicar ao pormenor.
Observámos, descrevemos, e investigámos.
Experimentámos, simplificámos,
esquematizámos, catalogámos e agrupámos.
Também o fizemos em relação às
pessoas, e em relação ao seu comportamento.
Simplificando os conhecimentos
adquiridos, criaram-se tabelas que incluiriam os males psíquicos da humanidade.
E passámos a encaixar nestas tabelas, à força, tudo o que parecia fugir ao que se instituiu
como sendo a normalidade.
Ganhámos muito com isso. Mas de tanto catalogar, marginalizamos pessoas
em sofrimento.
Esquecemos
o seu sentir, a riqueza da pluralidade do ser humano, a complexidade da
sua dinâmica e referimo-nos às pessoas como se fossem objetos.
Virámos costas à diversidade.
E distanciámo-nos dessa característica fundamental à possibilidade de
enriquecimento humano.
Para que tudo encaixe na
engrenagem que temos montada em sociedade as crianças não podem fazer "birras", devem permanecer em sala de aula sossegadas, dedicar a sua vida ao estudo competitivo, seguir os pais na
devoção ao trabalho competitivo, e ter uma atitude ativa, assertiva e
sorridente.
O que não couber nisto é uma perturbação ou patologia psicológica.
O que é redutor e estigmatizante
Um percurso no conhecimento sobre o ser
humano que vai ficando empobrecido.
Dora Bicho
17 de setembro de 2017
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