A auto-crítica

Persegue. Entranha-se.
É um modo de estar.
Sem que o próprio tenha disso, sequer, alguma compreensão.

Alguma coisa correu mal?
A culpa é, logo à primeira vista, provavelmente sua.

Foram injustos ou antipáticos para si?
Provavelmente porque não fez por ser tratado com justiça ou porque não suscita simpatia.


Não consegue encontrar trabalho?
A culpa é sua.
Fizeram-lhe uma crítica?
A culpa é sua.

Os outros são perfeitos, claro!
Você não.

E porque está rodeado de gente desejosa de ter a quem culpar, para assim poder explorar, é fácil confirmar a justiça de tanta crítica, nesta sua atitude auto-culpabilizadora.


Dora Bicho – Abril 2016

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