«Quero sair disto e não consigo.
Fico invadido pela ideia de que não
há esperança.
Nada de bom me acontece.
A minha vida é cinzenta, triste, e
apagada. Nada me alegra. Nada me entusiasma.
Não vejo cores vivas, só cores esbatidas.»
Uma tristeza
vai-se prolongando porque persiste a sensação de que não há esperança.
Repetem-se no pensamento os exemplos de todos os
acontecimentos negativos que fizeram parte da nossa vida. Parece que se vem
acumulando tempo perdido. Parece não haver força, qualquer energia, que nos
valha numa batalha que parece perdida à partida. Alguém que se perdeu, por
morte ou separação, os sonhos que tivemos, a dor que nos acompanha. É tudo tão
esmagadoramente frustrante, que percebemo-nos minusculamente impotentes, para
alterar uma maré tão injusta e ameaçadora.
Atrevo-me a
dizer que esta sensação individual é puro engano. Não é esta pessoa tão forte,
que aguenta esta sensação de infelicidade e mal-estar geral há tempo demais? As
potencialidades existem, estão lá. O que se passa é que estão desativadas.
Falta descobri-las. Perceber o profundo porquê de tamanha descrença em si e nos
outros, bem como o porquê de um peso tão grande no percurso diário da vida.
Dora Bicho –
Outubro 2015
http://campopsicologico.blogspot.com/
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