Venho descrever os caminhos a seguir para
encontrar a felicidade. O que à partida, reconheço, parece ser uma proposta
algo suspeita. Enfim, eu arrisco.
Primeira das alíneas a seguir: O que me faz feliz a mim, não
o fará obrigatoriamente feliz a si. É importante isto: a diferença. Eu gosto
disto, e não gosto daquilo; Helena gosta de yz e não gosta de sx; Ricardo gosta
disto e não gosta de yz. Que bom! Não gostamos todos do mesmo. “E viva a
diversidade.” Atenção: é importante isto. Para pais, filhos, amigos, namorados:
aquilo que me faz feliz pode não ser o que faz feliz a minha mãe, o meu amigo,
o meu marido. Daqui se conclui que, não tentar controlar – digo controlar, não
falo de aconselhar ou opinar - que caminho deve aquela pessoa seguir para ser
feliz, é uma óptima forma de contribuir para a sua felicidade.
Segunda das alíneas a seguir: O que hoje me faz feliz, não
coincide obrigatoriamente com o que me fará feliz dentro de 10 anos, ou até
dentro de um mês (é que num mês podem suceder transformações significativas,
embora isso não seja o mais frequente). À medida que o tempo vai passando,
vamos acumulando experiências e conhecimento, o acréscimo de informação e de
experiências gera transformações nas nossas opiniões e naquilo que desejamos e
que nos faz feliz. A ciência é um bom exemplo disso mesmo: o que hoje é
considerado uma verdade, dentro de algum tempo poderá ter de ser alterado,
reajustado por se saber algo mais que sugere uma outra verdade, que por vezes
até pode parecer um pouco diferente da anterior. Eu considero aplicáveis os
termos ‘enriquecimento’ e ‘reciclagem’ das nossas opiniões e desejos.
Terceira: Acreditar a cada momento em si próprio e nas suas
decisões; decidir porque o nosso bom-senso assim o dita; não porque fulano ou
beltrano diz “se fosse comigo eu faria assim e assado.” Afinal, pode até ser
positivo para fulano ter tantas certezas sobre o que faria; pode até ser
estimulante que fulano se preocupe a ponto de mostrar-se disponível para dar a
sua opinião. Mas, se e quando calhar a sua vez, terá oportunidade de decidir
por si. Como esta é a sua vida, e só esta é que tem garantida por agora, poderá
ser você a decidir, e assumir as consequências.
Não obstante, é muito, mesmo muito bom, ter quem se preocupe
a ponto de querer contribuir com a sua opinião, saber ou experiência de vida. É
aconchegante e pode ser bastante útil. Não poderia deixar de notá-lo.
Quarta: Apreciar o que se tem; mais do que aquilo que se não
tem. Se carregarmos sempre connosco o peso de tudo aquilo que não temos,
provavelmente teremos mesmo muito de que nos lamentarmos.
Quinta: Gostar de gostar. Apreciar, não ter culpa, ressentimentos, problemas em gostar: de alguém, de um gato, de uma flor, de uma cor, de chuva, de dançar, de… ao critério de cada um… desde que o gostar não seja uma escravatura ou autodestrutivo. Ficando ao cuidado de cada um a percepção do que assim é.
Quinta: Gostar de gostar. Apreciar, não ter culpa, ressentimentos, problemas em gostar: de alguém, de um gato, de uma flor, de uma cor, de chuva, de dançar, de… ao critério de cada um… desde que o gostar não seja uma escravatura ou autodestrutivo. Ficando ao cuidado de cada um a percepção do que assim é.
Em suma, a felicidade está no amor que depositamos: em nós,
naqueles que nos tratam bem, e nas coisas que despertam a nossa curiosidade.
Dora Bicho – Dezembro 2015
http://campopsicologico.blogspot.com/
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