Chamemos-lhe bulling, violência doméstica, violência parental, violência na
família, violência na escola, violência no local de trabalho - ou onde for - o
efeito é sempre nefasto. É violência e ponto final. E a dimensão do prejuízo é
tanto maior quanto maior a fragilidade sentida por parte da vítima escolhida.
Ser vítima, é uma condição nefasta. Sentir-se impotente – ou seja, não conseguir utilizar recursos próprios para lidar com a violência sobre si - causa desespero, desesperança, mágoa, medo, aflição, seja o que for. Não é bom. Nem para o filho, nem para a mulher, nem para o aluno, nem para o professor, nem para o colega. Nem para o agressor - agredir quem se percebe ser mais frágil, não alimenta o ego a ninguém.
Isto, todos fazem a todos. E
justificadamente!... Porque o colega é “palerma,” “burro,” “armado em esperto,”
“preguiçoso,” “mal-educado,” ou tem de ser “ensinado” e “controlado.” Não
precisaremos de uma ditadura para controlar isto. Tal como uma criança não
precisa ser controlada por um pai ditador. O que uma criança precisa é de ser
compreendida e reconhecida como um ser humano. Tal como o agressor. E temos uma
“pescadinha de rabo na boca”. O agressor precisaria de ter sido reconhecido
como um ser humano, para poder vir a reconhecer o seu filho como um ser humano.
Compreender a humanidade de alguém
não significa ceder a todos os seus caprichos. Significa saber que a violência
significa mau estar, e que muitíssimo melhor que controlar a violência (que de
facto precisa ser contida), é entender o porquê da sua existência. Contê-la,
entendê-la e sublimá-la. Em vez de controlá-la e ignorá-la. Houvesse
perspicácia da humanidade, e muito mais se conseguiria através da compreensão e
solidariedade. Em vez da híper compensação narcísica e oportunismo.
Dora Bicho – Agosto 2015
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