A alimentação poderia ser apenas a
satisfação de uma necessidade básica: o suprimento enérgico para o organismo. Mas,
desde o início, a alimentação está intimamente ligada a relação - a relação com
quem alimenta. Nesta fase inicial, alimentação e relação são muito dificilmente
separáveis.
Alguém solitário, alguém
dependente, poderá sentir-se menos só quando come. Nestes casos, comer acalma,
afasta a ansiedade.
Nesta fase, que podemos chamar
“oral,” o prazer associado à satisfação das necessidades do sujeito, é obtido
na relação de dependência. Pela relação dependente de outro.
Quando comemos em excesso,
repetidamente, comemos para nos acalmarmos. É para isso, para se acalmarem, que
damos uma chucha aos bebés.
Comemos para não pensar no que nos
causa ansiedade. É para isso que se recorre repetidamente ao cigarro, ao
álcool, ou outras substâncias como drogas e alguma medicação. São hábitos
adquiridos, de fuga ao que é perturbador, incomoda intensamente, e provoca o
desejo de distração para com o presente, para com a realidade.
Não somos parvos. Por isso, perante
o que nos parece insustentável, utilizamos uma fuga que vai dando jeito, e
parece funcionar.
Dora Bicho – Agosto 2015
http://campopsicologico.blogspot.com/
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